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Tecnologia nas escolas públicas: como as secretarias podem otimizar o uso?

Tecnologia nas escolas públicas: como as secretarias podem otimizar o uso?

5 min

Tecnologia nas escolas públicas

Administrar uma rede de escolas é, certamente, um grande desafio. Por sorte, hoje em dia podemos utilizar a tecnologia como uma grande aliada da melhoria do ensino público

Em relação às secretarias de educação, ferramentas tecnológicas auxiliam na organização e rápido compartilhamento de dados importantes sobre as escolas. Já na sala de aula, o acesso à tecnologia amplia o repertório científico e cultural dos estudantes. 

Neste post, você vai poder conferir:

  • a importância da tecnologia na educação pública;

  • como a tecnologia pode ser um fator chave para a melhoria de índices educacionais;

  • como contornar alguns desafios da utilização de tecnologia na educação pública;

  • como as secretarias de educação podem atuar para inserir a tecnologia na rede pública de ensino.  

Qual a importância da tecnologia na educação?

Vivemos em uma sociedade ultra conectada, com um sem-fim de informações disseminadas a todo momento. Não à toa, a abordagem interdisciplinar sobre a cultura digital é destacada em documentos norteadores da educação brasileira, como a BNCC:

“é imprescindível que a escola compreenda e incorpore mais as novas linguagens e seus modos de funcionamento, desvendando possibilidades de comunicação (e também de manipulação), e que eduque para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital (p. 61).”

Vale lembrar, ainda, que o letramento digital está presente em todas as áreas da BNCC. Além disso, ganha lugar de destaque como a competência geral nº 5 para a Educação Básica:

"Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva."

Por isso, uma rede de escolas engajadas na cultura digital beneficia democraticamente todos os agentes da comunidade escolar. 

As secretarias de educação podem otimizar suas tarefas administrativas por meio do acesso à internet e aparelhos como laptops e computadores. Algumas demandas que podem ser supridas são:

  • o contato rápido e eficaz com equipes gestoras e fornecedores de recursos via e-mail e aplicativos de mensagens instantâneas;

  • o compartilhamento e edição colaborativa de planilhas e fluxos de trabalho referentes a planos orçamentários;

  • a redação colaborativa e simultânea de documentos como relatórios, memorandos e projetos pedagógicos;

  • o armazenamento seguro em nuvem de arquivos importantes, sem que seja necessário o acesso a aparelhos eletrônicos físicos específicos em localidades nem sempre acessíveis;

  • a obtenção, análise e tratamento de dados estatísticos sobre as escolas do município ou estado, tornando-os inteligíveis e significativos para cada público-alvo em gráficos e  quadros facilmente gerados em softwares.

  • uso de plataformas e softwares educacionais que vão apoiar a aprendizagem e facilitar questões relacionadas à defasagem escolar e à recomposição da aprendizagem, por exemplo. 

Os docentes da rede pública, por sua vez, podem utilizar a tecnologia para:

  • elaborar planos de aula e projetos pedagógicos em parceria com seus pares;

  • compartilhar e editar atividades didáticas;

  • registrar e enviar automaticamente aos gestores dados como a frequência dos alunos de cada turma, situações de evasão escolar, avaliações qualitativas e quantitativas de desempenho e sugestões de melhorias para o espaço escolar;

  • implementar, se necessário, novos modelos de aulas, como as remotas ou híbridas.

Leia mais: Como São José dos Campos formou leitores com Árvore Livros

Como a tecnologia ajuda na melhora do desempenho dos alunos?

O pesquisador e historiador Paul Gilster (1997) cunhou o termo “letramento digital”, hoje amplamente utilizado, para se referir à habilidade de avaliar mídias digitais criticamente e usar tecnologias em diferentes formatos.

O desenvolvimento desse letramento é, pois, fundamental para a formação integral e cidadã dos alunos. Isso porque saber ler, decodificar, interpretar e produzir textos verbais, multimodais e visuais por meio da tecnologia é fundamental para que eles participem ativamente da vida pública. Isso inclui, futuramente, o mercado de trabalho.

As professoras e linguistas Carla Viana Coscarelli e Ana Elisa Ribeiro (da UFMG e do CEFET-MG, respectivamente) também apontam o letramento digital como aspecto importante para o desenvolvimento da cognição humana e ensino democrático de leitura em diferentes contextos.

Um estudo recente das autoras também demonstra que a leitura digital tem sido cada vez mais abordada em avaliações como o Pisa e o ENEM. A partir de sua análise de matrizes para avaliação de leitura, percebemos o papel da mediação pedagógica bem planejada em atividades que envolvam tecnologias digitais.

Mais do que adquirir ferramentas tecnológicas para as escolas, é preciso auxiliar os alunos a lidar conscientemente com os desafios da cultura digital, em diálogo com os inúmeros componentes curriculares.

Um bom ponto de partida para melhorar o desempenho dos estudantes é inserir, nas aulas e projetos pedagógicos, atividades que envolvam os diferentes níveis de proficiência leitora propostos no Pisa. Algumas delas são:

  • a familiarização com aparelhos digitais e gêneros discursivos digitais (como blogs e artigos online);

  • o contraste e análise de diversas fontes de publicação de informações;

  • a busca criteriosa por textos de base científica na navegação pela internet;

  • a localização e interpretação de dados disponíveis em textos multimídia (com seus hiperlinks, imagens estáticas ou em movimento e formatos característicos);

  • a mobilização de significados e linguagens digitais para a resolução conjunta de problemas

Quais os desafios da tecnologia na rede pública de ensino?

Infelizmente, sabemos que ainda há uma disparidade no acesso à tecnologia em escolas brasileiras. De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica de 2022, a pandemia de Covid-19 potencializou essa desigualdade.

Segundo a pesquisa, apenas 30,6% das escolas da rede estadual puderam oferecer acesso gratuito ou subsidiado à internet, e a taxa de apoio da rede municipal foi ainda menor: 4,8%.

Também é notório que nem todas as escolas públicas são equipadas com computadores, tablets, lousas digitais, projetores e WiFi

Ainda segundo o Censo de 2022, cerca de 77% das escolas estaduais possuem acesso à internet para fins educacionais, enquanto a rede municipal de ensino compõe o percentual de 48,5% de escolas com tal recurso. 

Como, então, assegurar a inserção de novas tecnologias e atividades de letramento digital nas escolas públicas? Veja, a seguir, algumas ações que podem partir das secretarias de educação.

Como inserir tecnologia nas escolas públicas?

Rogério Tilio (2017), linguista aplicado e professor da UFRJ, afirma que é possível incentivar o desenvolvimento do letramento digital em sala de aula, mesmo quando não há recursos digitais disponíveis.

As secretarias podem estimular em suas ações formativas, por exemplo, atividades offline que simulem práticas interacionais em contextos virtuais, ainda que com recursos físicos e estáticos como capturas de tela impressas de sites, papel e cartolina, canetas e tarefas cinestésicas

Os alunos podem, por exemplo, analisar publicações de redes sociais dispostas em impressões em papel. A seguir, podem escrever e ilustrar textos verbais estáticos levando em consideração as descobertas feitas com a turma. 

Princípios de programação também podem ser trabalhados em dinâmicas de grupo em que os alunos tenham que simular comandos necessários para atingirem um determinado objetivo. 

Proposta similar foi desenvolvida pela professora Debora Garofalo, autora do projeto “Robótica com sucata”. Nessa iniciativa, ela incentivou estudantes a construírem robôs a partir da junção de materiais eletrônicos com insumos recicláveis.

Em escolas que contam com internet e computadores disponíveis, as possibilidades pedagógicas são ainda mais amplas. Projetos que envolvam pesquisas em fontes virtuais, por exemplo, podem ser desenvolvidos em todas as disciplinas.  

A Árvore na rede pública de ensino 

A plataforma gamificada de leitura da Árvore potencializa o acesso a um acervo diverso, promovendo não só o letramento digital, mas também a leitura crítica, a leitura de mundo e o trabalho com a Educação Socioemocional

A ferramenta de leitura offline permite, também, que estudantes e educadores possam ler pelo aplicativo mesmo em condições onde a internet não é de tão fácil acesso. 

Por tudo isso, escolas parceiras da Árvore alcançam uma média de leitura 2x maior que a média nacional. Segundo a pesquisa Retratos da leitura, realizada em 2019, a média brasileira de livros inteiros lidos a cada 3 meses é de somente 1,05%.

Além disso, gestores podem acompanhar o desenvolvimento das habilidades leitoras através de dados e relatórios quali-quantitativos dos estudantes das redes, escolas, turmas, e até mesmo de um estudante específico. 

Isso facilita o processo de análise de desempenho e a identificação de lacunas de aprendizagem. Desse modo, os planos de ação para personalização do ensino e recomposição, por exemplo, podem ser embasados em dados norteadores.

Gestor, quer se aprofundar ainda mais sobre como incentivar a leitura na rede pública de ensino? Então não deixe de conferir o nosso e-book gratuito e exclusivo: Incentivo à leitura na rede pública.

Como a tecnologia ajuda na melhora do desempenho dos alunos?

O pesquisador e historiador Paul Gilster (1997) cunhou o termo “letramento digital”, hoje amplamente utilizado, para se referir à habilidade de avaliar mídias digitais criticamente e usar tecnologias em diferentes formatos.

O desenvolvimento desse letramento é, pois, fundamental para a formação integral e cidadã dos alunos. Isso porque saber ler, decodificar, interpretar e produzir textos verbais, multimodais e visuais por meio da tecnologia é fundamental para que eles participem ativamente da vida pública. Isso inclui, futuramente, o mercado de trabalho.

As professoras e linguistas Carla Viana Coscarelli e Ana Elisa Ribeiro (da UFMG e do CEFET-MG, respectivamente) também apontam o letramento digital como aspecto importante para o desenvolvimento da cognição humana e ensino democrático de leitura em diferentes contextos.

Um estudo recente das autoras também demonstra que a leitura digital tem sido cada vez mais abordada em avaliações como o Pisa e o ENEM. A partir de sua análise de matrizes para avaliação de leitura, percebemos o papel da mediação pedagógica bem planejada em atividades que envolvam tecnologias digitais.

Mais do que adquirir ferramentas tecnológicas para as escolas, é preciso auxiliar os alunos a lidar conscientemente com os desafios da cultura digital, em diálogo com os inúmeros componentes curriculares.

Um bom ponto de partida para melhorar o desempenho dos estudantes é inserir, nas aulas e projetos pedagógicos, atividades que envolvam os diferentes níveis de proficiência leitora propostos no Pisa. Algumas delas são:

  • a familiarização com aparelhos digitais e gêneros discursivos digitais (como blogs e artigos online);

  • o contraste e análise de diversas fontes de publicação de informações;

  • a busca criteriosa por textos de base científica na navegação pela internet;

  • a localização e interpretação de dados disponíveis em textos multimídia (com seus hiperlinks, imagens estáticas ou em movimento e formatos característicos);

  • a mobilização de significados e linguagens digitais para a resolução conjunta de problemas

Quais os desafios da tecnologia na rede pública de ensino?

Infelizmente, sabemos que ainda há uma disparidade no acesso à tecnologia em escolas brasileiras. De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica de 2022, a pandemia de Covid-19 potencializou essa desigualdade.

Segundo a pesquisa, apenas 30,6% das escolas da rede estadual puderam oferecer acesso gratuito ou subsidiado à internet, e a taxa de apoio da rede municipal foi ainda menor: 4,8%.

Também é notório que nem todas as escolas públicas são equipadas com computadores, tablets, lousas digitais, projetores e WiFi

Ainda segundo o Censo de 2022, cerca de 77% das escolas estaduais possuem acesso à internet para fins educacionais, enquanto a rede municipal de ensino compõe o percentual de 48,5% de escolas com tal recurso. 

Como, então, assegurar a inserção de novas tecnologias e atividades de letramento digital nas escolas públicas? Veja, a seguir, algumas ações que podem partir das secretarias de educação.

Como inserir tecnologia nas escolas públicas?

Rogério Tilio (2017), linguista aplicado e professor da UFRJ, afirma que é possível incentivar o desenvolvimento do letramento digital em sala de aula, mesmo quando não há recursos digitais disponíveis.

As secretarias podem estimular em suas ações formativas, por exemplo, atividades offline que simulem práticas interacionais em contextos virtuais, ainda que com recursos físicos e estáticos como capturas de tela impressas de sites, papel e cartolina, canetas e tarefas cinestésicas

Os alunos podem, por exemplo, analisar publicações de redes sociais dispostas em impressões em papel. A seguir, podem escrever e ilustrar textos verbais estáticos levando em consideração as descobertas feitas com a turma. 

Princípios de programação também podem ser trabalhados em dinâmicas de grupo em que os alunos tenham que simular comandos necessários para atingirem um determinado objetivo. 

Proposta similar foi desenvolvida pela professora Debora Garofalo, autora do projeto “Robótica com sucata”. Nessa iniciativa, ela incentivou estudantes a construírem robôs a partir da junção de materiais eletrônicos com insumos recicláveis.

Em escolas que contam com internet e computadores disponíveis, as possibilidades pedagógicas são ainda mais amplas. Projetos que envolvam pesquisas em fontes virtuais, por exemplo, podem ser desenvolvidos em todas as disciplinas.  

A Árvore na rede pública de ensino 

A plataforma gamificada de leitura da Árvore potencializa o acesso a um acervo diverso, promovendo não só o letramento digital, mas também a leitura crítica, a leitura de mundo e o trabalho com a Educação Socioemocional

A ferramenta de leitura offline permite, também, que estudantes e educadores possam ler pelo aplicativo mesmo em condições onde a internet não é de tão fácil acesso. 

Por tudo isso, escolas parceiras da Árvore alcançam uma média de leitura 2x maior que a média nacional. Segundo a pesquisa Retratos da leitura, realizada em 2019, a média brasileira de livros inteiros lidos a cada 3 meses é de somente 1,05%.

Além disso, gestores podem acompanhar o desenvolvimento das habilidades leitoras através de dados e relatórios quali-quantitativos dos estudantes das redes, escolas, turmas, e até mesmo de um estudante específico. 

Isso facilita o processo de análise de desempenho e a identificação de lacunas de aprendizagem. Desse modo, os planos de ação para personalização do ensino e recomposição, por exemplo, podem ser embasados em dados norteadores.

Gestor, quer se aprofundar ainda mais sobre como incentivar a leitura na rede pública de ensino? Então não deixe de conferir o nosso e-book gratuito e exclusivo: Incentivo à leitura na rede pública.

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