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Passo a passo para trabalhar a interdisciplinaridade

Passo a passo para trabalhar a interdisciplinaridade

3 min

caderno e computador em mesa de estudos

Sabemos que embora os conhecimentos sejam concebidos de maneira separada na escola, a divisão por componentes curriculares é feita com finalidade unicamente didática. Afinal, os problemas e desafios que enfrentamos no cotidiano dificilmente podem ser encaixados em áreas delimitadas. Por isso é importante um projeto interdisciplinar!

Pensando na importância de elaborar atividades cada vez mais significativas e conectadas que considerem o universo de interesse dos estudantes, como incentiva a BNCC, publicamos um passo a passo para te ajudar a  construir um projeto interdisciplinar na sua escola. Vamos lá!

O que é um projeto interdisciplinar?

O projeto interdisciplinar tem o objetivo de deslocar o estudante da divisão de conteúdos por disciplinas e provocá-lo a discussões mais amplas e próximas de situações reais a que estamos submetidos na vida. 

Para tanto, as escolas podem utilizar diferentes metodologias ativas, como a STEAM, atividades e avaliações, buscando o desenvolvimento integral do estudante.

A aprendizagem baseada em projetos é uma metodologia muito completa para que o aluno possa  sair da rotina e ser desafiado a novas formas de aprender, incentivando seu protagonismo e sua autonomia. É ainda, um caminho para a reflexão sobre como vivenciar na prática o conteúdo estudado nas diferentes áreas do conhecimento.

Cada vez mais vemos escolas buscando alternativas de promover um aprendizado significativo e aplicável à realidade, que não ignore o modelo tradicional de aprendizagem, mas que não se restrinja a ele.

Interdisciplinaridade versus transdisciplinaridade

Uma palavrinha muito longa e que comumente causa confusão é a transdisciplinaridade. A diferença entre elas está na forma como se concebe o conhecimento. A transdisciplinaridade não enxerga linhas separadoras entre as áreas, buscando uma abordagem globalizante. 

Já a interdisciplinaridade considera a relação e interdependência entre os campos do conhecimento, de forma a conectar a singularidade entre eles. Isto é, sem desconsiderar as delimitações de cada uma.

Passo a passo para um projeto interdisciplinar

Agora que você já conhece a diferença entre essas concepções, é importante pensar nas formas de aplicá-las e montar seu projeto interdisciplinar. E lembre-se que  não são necessários recursos infinitos ou ações distantes da sua realidade para construir um projeto que transforme a relação do seu aluno com a sala de aula. 

Seguindo as dicas que separamos para você, vai ficar fácil tornar o aprendizado dos seus alunos mais impactante. Veja nosso passo a passo!

Passo um: considere o tempo 

O primeiro passo é pensar na quantidade de tempo disponível no calendário escolar para o desenvolvimento do projeto. A partir dessa análise, é possível  decidir se o projeto será mais curto ou mais prolongado. Defina também a quantidade de atividades que serão necessárias para a sua conclusão, além da viabilidade dos recursos e dos professores para a mediação.

Passo dois: converse com os professores

Em um projeto interdisciplinar que torna necessária a combinação de várias áreas,as propostas precisam ser pensadas de forma coletiva. 

Para isso, é fundamental pensar na boa comunicação e engajamento dos professores. Suas diferentes contribuições tendem a enriquecer a formatação das ações. 

Mas não só isso, a mediação que vão desempenhar é importantíssima para o sucesso dos estudantes nas atividades propostas e nas possibilidades de  combinações e correlações entre os conteúdos abordados nas diferentes áreas.

Passo três: encontre uma temática de relevância 

A escolha do tema deve ser um passo dado com bastante atenção. E é indispensável que os professores sejam envolvidos neste momento. 

O tema deve dialogar com várias áreas do conhecimento e, para ganhar maior engajamento dos discentes, nossa sugestão é que esteja dentro do seu universo de identificação. Afinal, a BNCC incentiva que as abordagens da sala de aula partam do interesse do estudante e assim, considerem as diversas manifestações artísticas e digitais, para ampliar o repertório cultural dos estudantes.

Para te ajudar a encontrar uma temática que dialogue com os interesses, sugerimos o canal do Youtube “Nerdologia”, que combina ciências da natureza, tecnologia e vários outros assuntos com o universo de filmes, desenhos animados e quadrinhos. Os alunos vão adorar!

Passo quatro: estruture com cuidado

Estruturar o projeto pode ser um dos passos mais importantes e ele deve estar alinhado com o que se espera do estudante e de cada fase da confecção. Pronto, já demos uma dica: sim, fases! São elas que nortearão o caminho que os estudantes seguirão no desenvolvimento da proposta.

Então, divida o projeto em etapas. Cada uma deve considerar o tempo que o estudante tem disponível dentro e fora da escola, bem como quais professores serão responsáveis pela mediação. 

Além disso, cada fase deve apresentar um resultado que vai ser utilizado na próxima, que servirá de base para alimentar a discussão e apresentar o melhor caminho para a resolução da problemática.

Ah! Listar previamente os materiais necessários em cada fase também faz parte da elaboração de um projeto interdisciplinar. Por isso, ter em mente o que será utilizado durante a produção vai ajudar na organização e execução das atividades com maior clareza dos processos.

Passo cinco: escolha as referências

Depois de escolher o tema, é necessário construir uma base bibliográfica e lista de leitura que os estudantes se apoiarão em suas pesquisas, reflexões e produções. A ideia não é fazer uma lista infinita, afinal  um dos objetivos do projeto é  que o estudante pesquise e encontre outras fontes. 

Além disso, é interessante que essa base bibliográfica possua não apenas referências científicas, mas também páginas de divulgação de personalidades reconhecidas na área, materiais audiovisuais, produções artísticas e literárias  de diversos gêneros. 

Assim, você proporciona uma combinação de fontes diversificada para consulta e estudo de modo físico e virtual.

Passo seis: pense no resultado

O produto do projeto poderá ser uma solução ou uma intervenção mediadora para o problema a ser discutido. Elas podem ser produzidas em formato de artigo argumentativo ou um documento que se assemelhe a uma proposta da sociedade ao governo municipal da região da escola, são alguns exemplos. 

Mas não para por aí, pode ser uma super produção artística ou audiovisual para ser compartilhada nas redes e dentro da própria escola para outras turmas. 

O importante é usar a criatividade! Sempre levando em consideração a coerência com a temática e o que realmente proporciona novos aprendizados. 

Passo sete: divida a turma 

Divida os estudantes em grupos em uma quantidade equilibrada, para isso, recomendamos equipes de 3 a 5 integrantes dependendo do tamanho da turma. 

Os projetos interdisciplinares exigem não apenas a resolução da sua questão principal, mas também a possibilidade de discuti-los coletivamente. Desse modo, a divisão em grupos é um ótimo exercício para que todos  os integrantes possam compartilhar suas perspectivas e tenham voz na elaboração e reflexão da solução. 

Passo oito: pondere as habilidades e competências 

A intencionalidade pedagógica do projeto deve atravessar todas as ações propostas, visando o máximo de aprendizado, a concatenação de ideias e a ampliação do repertório cultural e humano dos alunos.

Aqui também vale considerar quais as habilidades e competências se deseja desenvolver e ampliar. Considerando assim as orientações da BNCC para cada área do conhecimento e como elas poderão ser trabalhadas de maneira mais integrada possível.

Essa ação conjunta é também uma ótima oportunidade para trabalhar as competências socioemocionais, com o intuito de preparar o estudante para lidar com suas emoções frente a situações desafiadoras, e as interferências das relações na vida em sociedade.. Uma vez que a nossa cognição depende de uma postura consciente e inteligente das circunstâncias que estão à nossa volta para potencializar a aprendizagem.

Passo nove: construa a avaliação

A avaliação precisa fazer sentido diante do trabalho realizado na elaboração do projeto. Ressaltamos que nem sempre o modelo tradicional de perguntas e respostas objetivas ou discursivas vai conseguir medir o desempenho dos alunos.

O ideal é que a avaliação esteja intimamente relacionada ao diagnóstico do desenvolvimento de habilidades e competências previamente determinadas e apresentadas aos estudantes. Assim, eles conseguem visualizar de forma clara os objetivos que precisam ser alcançados para um bom resultado no projeto. 

Uma sugestão que pode ser muito interessante é a proposta de autoavaliação e a avaliação dos pares, ou seja, os colegas do grupo. Dessa forma, além de refletirem sobre sua própria atuação, eles serão desafiados a ter responsabilidade ao pensar na contribuição de cada integrante.

Passo dez: escolha o canal de comunicação

O trabalho poderá se estender para fora da escola, tornando necessário um meio de comunicação eficiente entre os integrantes do grupo, outros discentes e professores. 

O canal pode ser ainda uma via de avaliação de capacidade de comunicação e envolvimento dos integrantes. 

Outra ideia é utilizar esse espaço para compartilhar fóruns de dúvidas mais comuns na execução do trabalho. 

Passo onze: depois de tudo pronto

Bom, finalmente, chegamos no momento imprescindível de todo projeto, apresentar a proposta aos estudantes! O intuito de um projeto interdisciplinar deve ser contribuir para o seu aprendizado de forma ampla e integrada. Desse modo, é fundamental que os estudantes compreendam e se interessem pela proposta. 

Para tanto, compartilhe de forma clara o que é, qual a sua finalidade e o que se espera de cada um. Bem como, a contextualização da temática, as referências e o propósito da ação final. Destacando também, a pertinência de compreender e estudar o assunto. Dessa forma, a ação tende a ficar muito mais fluida e inteligível.

Separe um momento para que os alunos possam sugerir pequenas alterações dentro do projeto, de acordo com seus interesses. Esse caminho dá voz e protagonismo ao aluno e ele tende a se sentir como parte da elaboração, visando uma participação mais ativa nas atividades. 

Leia também: Como trabalhar a interdisciplinaridade a partir da leitura

Educadores, esperamos que essa publicação deixe ainda mais simples a elaboração do projeto interdisciplinar na sua escola. Lembrando que cada escola tem um contexto muito particular, o que exige sensibilidade para compreender o que cada ação vai exigir e o melhor caminho a percorrer.

Temos certeza que esses passos vão te ajudar a pensar com mais segurança na construção desse caminho. Vai ser incrível! Aproveite e assine nossa newsletter exclusiva sobre Educação.

Passo dois: converse com os professores

Em um projeto interdisciplinar que torna necessária a combinação de várias áreas,as propostas precisam ser pensadas de forma coletiva. 

Para isso, é fundamental pensar na boa comunicação e engajamento dos professores. Suas diferentes contribuições tendem a enriquecer a formatação das ações. 

Mas não só isso, a mediação que vão desempenhar é importantíssima para o sucesso dos estudantes nas atividades propostas e nas possibilidades de  combinações e correlações entre os conteúdos abordados nas diferentes áreas.

Passo três: encontre uma temática de relevância 

A escolha do tema deve ser um passo dado com bastante atenção. E é indispensável que os professores sejam envolvidos neste momento. 

O tema deve dialogar com várias áreas do conhecimento e, para ganhar maior engajamento dos discentes, nossa sugestão é que esteja dentro do seu universo de identificação. Afinal, a BNCC incentiva que as abordagens da sala de aula partam do interesse do estudante e assim, considerem as diversas manifestações artísticas e digitais, para ampliar o repertório cultural dos estudantes.

Para te ajudar a encontrar uma temática que dialogue com os interesses, sugerimos o canal do Youtube “Nerdologia”, que combina ciências da natureza, tecnologia e vários outros assuntos com o universo de filmes, desenhos animados e quadrinhos. Os alunos vão adorar!

Passo quatro: estruture com cuidado

Estruturar o projeto pode ser um dos passos mais importantes e ele deve estar alinhado com o que se espera do estudante e de cada fase da confecção. Pronto, já demos uma dica: sim, fases! São elas que nortearão o caminho que os estudantes seguirão no desenvolvimento da proposta.

Então, divida o projeto em etapas. Cada uma deve considerar o tempo que o estudante tem disponível dentro e fora da escola, bem como quais professores serão responsáveis pela mediação. 

Além disso, cada fase deve apresentar um resultado que vai ser utilizado na próxima, que servirá de base para alimentar a discussão e apresentar o melhor caminho para a resolução da problemática.

Ah! Listar previamente os materiais necessários em cada fase também faz parte da elaboração de um projeto interdisciplinar. Por isso, ter em mente o que será utilizado durante a produção vai ajudar na organização e execução das atividades com maior clareza dos processos.

Passo cinco: escolha as referências

Depois de escolher o tema, é necessário construir uma base bibliográfica e lista de leitura que os estudantes se apoiarão em suas pesquisas, reflexões e produções. A ideia não é fazer uma lista infinita, afinal  um dos objetivos do projeto é  que o estudante pesquise e encontre outras fontes. 

Além disso, é interessante que essa base bibliográfica possua não apenas referências científicas, mas também páginas de divulgação de personalidades reconhecidas na área, materiais audiovisuais, produções artísticas e literárias  de diversos gêneros. 

Assim, você proporciona uma combinação de fontes diversificada para consulta e estudo de modo físico e virtual.

Passo seis: pense no resultado

O produto do projeto poderá ser uma solução ou uma intervenção mediadora para o problema a ser discutido. Elas podem ser produzidas em formato de artigo argumentativo ou um documento que se assemelhe a uma proposta da sociedade ao governo municipal da região da escola, são alguns exemplos. 

Mas não para por aí, pode ser uma super produção artística ou audiovisual para ser compartilhada nas redes e dentro da própria escola para outras turmas. 

O importante é usar a criatividade! Sempre levando em consideração a coerência com a temática e o que realmente proporciona novos aprendizados. 

Passo sete: divida a turma 

Divida os estudantes em grupos em uma quantidade equilibrada, para isso, recomendamos equipes de 3 a 5 integrantes dependendo do tamanho da turma. 

Os projetos interdisciplinares exigem não apenas a resolução da sua questão principal, mas também a possibilidade de discuti-los coletivamente. Desse modo, a divisão em grupos é um ótimo exercício para que todos  os integrantes possam compartilhar suas perspectivas e tenham voz na elaboração e reflexão da solução. 

Passo oito: pondere as habilidades e competências 

A intencionalidade pedagógica do projeto deve atravessar todas as ações propostas, visando o máximo de aprendizado, a concatenação de ideias e a ampliação do repertório cultural e humano dos alunos.

Aqui também vale considerar quais as habilidades e competências se deseja desenvolver e ampliar. Considerando assim as orientações da BNCC para cada área do conhecimento e como elas poderão ser trabalhadas de maneira mais integrada possível.

Essa ação conjunta é também uma ótima oportunidade para trabalhar as competências socioemocionais, com o intuito de preparar o estudante para lidar com suas emoções frente a situações desafiadoras, e as interferências das relações na vida em sociedade.. Uma vez que a nossa cognição depende de uma postura consciente e inteligente das circunstâncias que estão à nossa volta para potencializar a aprendizagem.

Passo nove: construa a avaliação

A avaliação precisa fazer sentido diante do trabalho realizado na elaboração do projeto. Ressaltamos que nem sempre o modelo tradicional de perguntas e respostas objetivas ou discursivas vai conseguir medir o desempenho dos alunos.

O ideal é que a avaliação esteja intimamente relacionada ao diagnóstico do desenvolvimento de habilidades e competências previamente determinadas e apresentadas aos estudantes. Assim, eles conseguem visualizar de forma clara os objetivos que precisam ser alcançados para um bom resultado no projeto. 

Uma sugestão que pode ser muito interessante é a proposta de autoavaliação e a avaliação dos pares, ou seja, os colegas do grupo. Dessa forma, além de refletirem sobre sua própria atuação, eles serão desafiados a ter responsabilidade ao pensar na contribuição de cada integrante.

Passo dez: escolha o canal de comunicação

O trabalho poderá se estender para fora da escola, tornando necessário um meio de comunicação eficiente entre os integrantes do grupo, outros discentes e professores. 

O canal pode ser ainda uma via de avaliação de capacidade de comunicação e envolvimento dos integrantes. 

Outra ideia é utilizar esse espaço para compartilhar fóruns de dúvidas mais comuns na execução do trabalho. 

Passo onze: depois de tudo pronto

Bom, finalmente, chegamos no momento imprescindível de todo projeto, apresentar a proposta aos estudantes! O intuito de um projeto interdisciplinar deve ser contribuir para o seu aprendizado de forma ampla e integrada. Desse modo, é fundamental que os estudantes compreendam e se interessem pela proposta. 

Para tanto, compartilhe de forma clara o que é, qual a sua finalidade e o que se espera de cada um. Bem como, a contextualização da temática, as referências e o propósito da ação final. Destacando também, a pertinência de compreender e estudar o assunto. Dessa forma, a ação tende a ficar muito mais fluida e inteligível.

Separe um momento para que os alunos possam sugerir pequenas alterações dentro do projeto, de acordo com seus interesses. Esse caminho dá voz e protagonismo ao aluno e ele tende a se sentir como parte da elaboração, visando uma participação mais ativa nas atividades. 

Leia também: Como trabalhar a interdisciplinaridade a partir da leitura

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