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7 livros para abordar consciência negra com os alunos

7 livros para abordar consciência negra com os alunos

3 min

aluno em sala de aula

O dia 20 de novembro marca a morte de Zumbi dos Palmares em 1695, ao resistir às forças escravagistas que haviam destruído o Quilombo dos Palmares. Desde 2003, a data foi incluída no calendário escolar como o Dia Nacional da Consciência Negra.

Em um país tão dividido quanto o Brasil, que possui uma estrutura social tão complexa e ainda pautada pelo racismo, é muito importante que os professores consigam abordar este tema com os alunos na sala de aula. O negro deve ser colocado como sujeito histórico e devem ser valorizadas as ideias e o pensamento de importante intelectuais afro-brasileiros. Além, é claro, de sua contribuição para a cultura e nacional. Para auxiliar o professor nesta tarefa, selecionamos alguns livros para trabalhar a consciência negra.

Livros para trabalhar a consciência negra

Os livros a seguir são de grande ajuda para falar sobre a consciência negra. Eles debatem a questão teórica da negritude no país para que os professores possam se embasar para tratar a questão na sala de aula, mas também livros com personagens centrais negros para os alunos.

1. Os cabelos de Sara, de Gisele Gama Andrade

Nossa primeira indicação de livros para trabalhar a consciência negra, Os cabelos de Sara discute, em mais uma historinha da simpática personagem Sara, um assunto importante: o respeito à diversidade. É uma excelente oportunidade de professores e estudantes das séries iniciais debaterem o tema em sala de aula.

2. Zumbi, o último herói dos Palmares, de Carla Caruso

Este livro conta a trajetória de Zumbi, um menino negro que nasceu livre em Palmares, Alagoas, mas foi entregue a um missionário português ainda criança. Ele acaba escapando e volta para a sua terra, onde assume a liderança do quilombo dos Palmares e passa a comandar as batalhas pela liberdade do seu povo.

3. Quissama, o império dos capoeiras, de Maicon Tenfen

Rio de Janeiro, dezembro de 1868. O moleque Vitorino Quissama foge da senzala para procurar a mãe desaparecida. Recorre ao viajante Daniel Woodruff, ex-agente da Scotland Yard que pode ajudá-lo em sua missão. Transitando entre os salões da corte e as precárias moradias dos cortiços, a dupla terá de enfrentar os perigos e as injustiças de uma sociedade sustentada pelo trabalho escravo.

Baseado nos manuscritos de Daniel Woodruff (1832-1910), O Império dos Capoeiras reconstitui a saga de uma cidade dividida pela guerra secreta dos Nagoas e Guaiamuns, duas das maiores e mais temidas maltas do século XIX. Numa época em que o escritor José de Alencar era Ministro da Justiça e o Império do Brasil destinava todos os seus recursos à Guerra do Paraguai, Woodruff mal podia imaginar que, por trás da busca pessoal de Vitorino, insinuava-se uma conspiração que mudaria os rumos da nossa História.

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4. A herança africana no Brasil, de Daniel Esteves

Na nossa quarta indicação de livros para trabalhar a consciência negra, A Herança africana no Brasil, mostra que a presença de elementos africanos têm enriquecido a sociedade brasileira por séculos. Mas essa é também uma história de trabalho e sofrimento, perseguição e superação.

Nesta HQ inédita, conhecemos os princípios da escravidão no Brasil, suas várias etapas, as lutas pela libertação, e a maneira como a influência africana ajudou a formar a cultura, a religiosidade, o cotidiano e o próprio povo brasileiro.

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5. O livro dos negros, de Lawrence Hill

O Livro dos Negros conta a história de Aminata Diallo, uma das personagens femininas mais fortes e marcantes da ficção contemporânea. Aminata foi sequestrada, ainda criança, na África, e vendida como escrava na Carolina do Sul. Após a Revolução Americana, ela foge para o Canadá e escapa da vida de escrava para tentar uma nova história em liberdade. O livro traz uma história que nenhum ouvinte e nenhum leitor esquecerão.

O nome O Livro dos Negros se deu devido ao documento histórico, mantido por oficiais navais britânicos, ao fim da Revolução Americana. O documento oficializou os negros que serviram ao rei na Guerra e fugiram para Manhattan, no Canadá, em 1783. Apenas os negros que estivessem no Livro dos Negros poderiam escapar e conseguir sua liberdade. Aminata Diallo percorre toda uma longa trajetória com a finalidade de conseguir entrar no Livro dos Negros e conquistar sua liberdade.

A obra, marcante e inesquecível, tornou-se uma mini-série de sucesso nos Estados Unidos. Dirigida e escrita por Clemente Virgo (The Wire) e protagonizada pela atriz Aunjanne Ellis e Cuba Gooding Jr.

6. Negritude: usos e sentidos, de Kabengele Munanga

Nossa penúltima indicação de livros para trabalhar a consciência negra traz muitos questionamentos que ajudarão a falar sobre a consciência negra na sala de aula.

  • O que significam a negritude e a identidade para as bases populares negras e para a militância do movimento negro?

  • Por onde deve passar o discurso sobre essa identidade contrastiva do negro, cuja base seria a negritude?

  • Passaria pela cor da pele e pelo corpo unicamente ou pela cultura e pela consciência do oprimido?

A partir de questionamentos como esses, Kabengele Munanga debruça-se sobre a construção identitária do Brasil ao longo dos tempos, partindo do princípio de que o conceito de identidade recobre uma realidade muito mais complexa do que se pensa, englobando fatores históricos, psicológicos, linguísticos, culturais, político-ideológicos e raciais. Ao tratar da negritude e da identidade negra na contemporaneidade, o autor discorre ainda sobre o conceito na diáspora, contemplando o que se pode chamar de tentativa de assimilação dos valores culturais do branco, abordando discursos pseudojustificativos e diferentes acepções e rumos da negritude.

Escrito por um dos maiores estudiosos da cultura negra no Brasil e no mundo, este livro, integrante da coleção Cultura Negra e Identidades, figura como obra relevante e inquietante sobre a temática. E, principalmente, acerca da construção identitária da nação e da configuração social, cultural, política e econômica no Brasil.

7. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil, de Sueli Carneiro

Entre 2001 e 2010, a ativista e feminista negra Sueli Carneiro produziu inúmeros artigos publicados na imprensa brasileira. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil reúne, pela primeira vez, os melhores textos desse período. Neles, a autora nos convida a refletir criticamente a sociedade brasileira, explicitando de forma contundente como o racismo e o sexismo têm estruturado as relações sociais, políticas e de gênero.

Num momento em que nosso país depara com temas polêmicos, como o Estatuto da Igualdade Racial e as cotas em universidades, a Coleção Consciência em Debate pretende discutir assuntos prementes que interessam não somente aos movimentos negros como a todos os brasileiros. Fundamental para educadores, pesquisadores, militantes e estudantes de todos os níveis de ensino.

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